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Visitas Dançadas – Carlos Granja, um fotógrafo sintrense do 25 de Abril
12 de Maio | 16:30 UTC+1
Local
MU.SA – Museu das Artes de Sintra
Classificação Etária
Todos os públicos – crianças a partir dos 4 anos
Duração
45 minutos (evento gratuito mediante inscrição prévia no Museu das Artes de Sintra)
Sinopse
A dança e a performance têm vindo nas últimas décadas a questionar e problematizar
o museu: os seus protocolos e procedimentos, os seus alicerces e métodos. Ao mesmo
tempo, o museu coloca novos desafios à dança: testa os seus limites, abre-lhe novos
horizontes, retira-lhe alguns atributos antes pensados indispensáveis e acrescenta-lhe
novas funções de leitura e comunicação.
Inspirada na exposição temporária dedicada aos 50 anos do 25 de Abril do MU.SA,
Inesa Markava convidou o saxofonista José Lopes para com ela revisitar as memórias
da revolução dos cravos. Poderia pensar-se que seria da paleta sonora do último
quartel do século passado que este dueto teceu o cenário acústico deste encontro,
mas é possível que sejamos surpreendidos como sempre acontece nestas visitas
dançadas.
Para Inesa Markava o visitante nunca é uma abstração genérica, mas antes o remete
para uma multiplicidade de públicos com diferentes graus de empatia e conhecimento
do mundo da arte e com diferentes características geracionais, podendo necessitar de
um maior enquadramento da sua experiência. No espaço da mediação museológica, o
território entre (conceito especialmente caro à artista multidisciplinar que nos guia) é
necessariamente o ponto de encontro entre as práticas artísticas e o corpo em
movimento, entre os espaços e os tempos, entre imaginários colectivos e individuais. É
uma reflexão sobre permeabilidade entre estes contextos pelo filtro de olhar
coreográfico, uma busca de linhas que ligam a dança e o museu. É um território que só
existe ao vivo, naquele momento, é efémero, instável e flutuante, o resultado de fusão
entre intuição, memórias, mergulho em referências, sistematização e prática,
organização e imaginação. Uma experiência artística sem palavras e sem
interpretações de significados, sem contar histórias e sem explicar conceitos de uma
forma verbal.
Numa visita dançada com Inesa Markava, e usando as palavras de Robert
Rauschenberg, “os ambientes sonoros e pequenos apontamentos coreográficos
entram em diálogo ora com as obras de arte, ora com o cenário. A dança transforma-
se em música através da gravação do som do corpo em movimento e os quadros
transformam-se em dança e tal movimento é presente e estruturante nelas”.
Especialmente inspirada no pensamento de Hubert Damisch, também Inesa Markava
defende a ideia da necessidade de movimento para procurar o/os locais no espaço
para melhorar o entendimento das obras de arte, sobretudo da arte moderna. Este
deslocamento no sentido de procura também é próximo da dança. A dança no espaço
expositivo incentiva assim o movimento de busca e convida a explorar a obra de
múltiplos ângulos aprofundando e enriquecendo a experiência do visitante.
Ficha Artística
José Lopes – Saxofone;
Inesa Markava – Concepção e movimento.
Fotografia
Musicalmente
Produção
MUSICALMENTE
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